Devido a exigências da produção, o Guns'n'Roses não permite o acesso de fotógrafos de imprensa, apenas credenciamento de repórteres, por isso, desta vez fui desarmado ao show...
A cidade de Porto Alegre recebeu, na última terça-feira (9), uma das bandas mais importantes da história do rock. Em sua formação quase original, o Guns N’ Roses começou no Estádio do Beira-Rio a etapa brasileira da tour ”Not in This Lifetime” (“Não Nesta Vida”), nome que cai bem para quem pensou não mais presenciar um momento assim.
Com os termômetros marcando 30º, os fãs chegaram cedo. Alguns, inclusive, acamparam uma semana antes, para garantir seu lugar na grade do Beira-Rio. Com a abertura dos portões {as 17 horas, o fluxo de fãs era interminável nos arredores. Enquanto a plateia ganhava forma, a Dj Karine Larré mandava um set e animava. Por volta das 19h30, a banda Scalene subiu ao palco e começou o seu show.
Quando os ponteiros marcavam 21:30, as luzes se apagaram e um espetáculo mesclado de histórias de juventude anunciava a chegada de Axl Rose, Slash e Duff McKagan. Novamente juntos, os roqueiros lendários reviveram uma história que está longe de terminar. Ao longo das últimas décadas, o Guns soube se firmar como um dos nomes mais emblemáticos do rock mundial. Como poucos, eles têm um repertório repleto de hinos e assistem seu público se renovar a cada geração. A magia vista no público era indescritível! Uma mistura de sonho com alívio da alma, pois poucos momentos assim acontecem nesta vida…
Set List:
It’s So Easy
Mr. Brownstone
Chinese Democracy
Welcome to the Jungle
Double Talkin’ Jive
Better
Estranged
Live and Let Die
Rocket Queen
You Could Be Mine
You Can’t Put Your Arms Around A Memory/Attitude
This I Love
Civil War
Coma
Slash solo – Speak Softly Love (Love Theme From The Godfather/Andy Williams)
Sweet Child O’ Mine
Jam (“Wish You Were Here/Layla”)
November Rain
Knockin’ on Heaven’s Door
Nightrain
BIS:
Jam (Babe I’m Gonna Leave You)/Don’t Cry
The Seeker
Paradise City
Opinião do Autor Um show maduro, sem chiliques por parte de Axl Rose que hoje encontra-se mais maduro, acessível e simpático com os fãs. Porém o som estava muito ruim para o porte de show esperado e aclamado. Muitas vezes a guitarra de Fortus estava bem mais destacada e nítida do que a do principal guitar man da noite, mr. Slash.
Como todo bom fã gosto de ouvir as canções do modo mais próximo ao executado pela banda ao longo da história como Aerosmith, KISS, Pearl Jam, Ozzy entre outros que também tiveram em algumas destas bandas tiveram de trocar integrantes modificando a sonoridade, mas não alterando ela de forma a se perder entre notas como o Guns parecia estar perdido neste show. Para mim como fã, sem problema algum, mas notas diferentes nas levadas de Frank Ferrer (bateria) realmente atrapalhavam algumas vezes, notando até certo descompasso em relação ao restante da banda. Aquele gingado que é bacana, mas não no hard rock já eternizado do Guns, ali meu amigo é seguir o que está correndo nas veias de mais de 45 mil pessoas ali presentes... Inventar moda não é legal.
Em meio aos clássicos músicas do Chinese Democracy para quebrar barreiras entre fãs fervorosos foi super bacana, principalmente ver Duff e Slash executando-as.
Em vários pontos do show Axl entregou a voz para o público, mostrando claramente que a idade e o mal uso das cordas vocais ocasionou o fim de tudo aquilo que não mais pode ser feito ao vivo hoje em dia, basta aos fãs, entenderem este processo.
Slash e Duff pareciam se divertir muito no palco, mais do que no passado, talvez por estarem limpos e vendo tudo o que acontece.
Em resumo, uma banda madura, inteligente e que teve a sacada genial de deixar brigas de lado para conhecer novos lugares, fazer rock'n'roll e encher os bolsos (e corações dos fãs).